quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Deuses Humanos

"A maioria de nós é tão feliz quanto decide ser."

Vi essa circulando pelo Facebook hoje, dizia que era do Abraham Lincoln. Não sei. Ainda não assisti o filme, mas imagino que deva ser dele mesmo para ter se espalhado. Seja dele ou seja tua, não interessa muito. Interessa que é verdade. Eu, particularmente, acredito firmemente que a vida nos devolve o que a gente dá para ela, portanto, dê positividade e receba de volta. Sempre acreditei em energia. Pelo menos, desde que formei opinião sobre essa faixa de assunto.

Religiosidade? Bah, essa é uma questão muito estranha para mim. Não tenho. Não sinto falta. Para desespero do meu pai, que sempre quis que eu fosse para centros espíritas, participasse dos grupos jovens, sempre falando das experiências maravilhosas que ele teve. Bom, mais uma que não levou de mim. Paciência. Nunca tive vontade mesmo. Até tive, mas não foi o suficiente, talvez uma curiosidade apenas. Toda essa noção de carma de outras vidas me soa um pouco impiedosa demais para um plano tão evoluído. Acho que as pessoas/espíritos são grandes, pequenos, em crescimento. Não acredito muito em pagar dívidas de outras vidas. Se é que existem outras vidas. Nesse sentido ainda não me posiciono muito, apesar de já estar nos 27 anos, pois nunca realmente me dediquei a pensar nessas coisas a ponto de acreditar piamente nisso ou naquilo. Fui muito ensinado, pelos meus pais e pela vida, a acreditar em mim. Essa é minha verdadeira religião. 

Energia. Dedico muita energia às coisas que eu quero. Penso fixamente, cansativamente, até não aguentar mais. Então, paro... e, logo, começo a pensar de novo. Não consigo evitar. Devo dizer que, geralmente, consigo tudo o que eu quero, apesar de sempre ser mais difícil do que imagino... muito mais, aliás. Mas, não deixem eu me perder, energia. Acredito que cada um de nós emana uma grande energia no universo. Essa energia é imortal, ou quase. Talvez com o tempo ela se dissipe a ponto de sumir, mas é vagaroso. A energia que a gente joga para o Universo e para a Vida, sim com letra maiúscula, é incalculável. Sim, querer é poder. Querer é ir atrás de todas as maneiras e quando não tiver mais jeito, inventar. Como disse, eu invento formas. Às vezes, paro e penso na minha vida e em tudo o que aconteceu até aqui. Não vejo nada que não tenha sido, ainda que remotamente, vislumbrado por mim em algum ponto. Esqueçam fatalidades, não as considero. Fatalidades existem e são por isso que tem esse nome. Faz parte do equilíbrio do Universo e não tem choro que resolva ou emende. A forma que a gente lida com elas é que nos define. Já fui elogiado por psicólogos pela minha resiliência, porque sim, enfrentei as minhas "fatalidades" como todo mundo enfrentou as suas. Mas, como disse, nunca tive muita margem para não acreditar em mim. Não sei se minha "seita" serve para todos, às vezes ela é muito solitária. Já me julguei ateu por uns dias, mas não durou. Isso acho que não, indo pelo caminho que ateu é não acreditar em nada maior, nenhum Deus, nenhum nada. Eu acredito firmemente, igual falei no início do post. Talvez cada um de nós seja seu próprio Deus. Somos, na verdade. Quem disse que não? O teu Deus? Duvido. Somos senhores dos nossos caminhos em absoluto. Quer chamar de livre arbítrio? À vontade, be my guest.



Eu não aceito é conformismo. Já ouvi coisas do tipo: "é o que toca pra tua vida". Say what?!! Na época, aquilo me consolou... era o tamanho que eu tinha espiritualmente naquele momento da vida. (Sim, falei espiritualmente pois acreidto que todos somos espíritos sim, temos alma e caráter, falei que não sabia se acreditava em reencarnação, falei que acreditava que nossa energia ficava...). Agora, hoje em dia eu olho para trás e fico indgnado! Eu decido o que toca para a minha vida! Eu tenho a capacidade de superar, de não superar até! Mas, cabe a mim e não a mais ninguém. Não acredito em deuses como eles são tão vulgarmente colocados. Prefiro me enxergar como divino... e aqui não vai vaidade, falsa modéstia ou qualquer tipo de prepotência, afinal, não somos todos divinos? Criaturas capazes dos maiores, mais felizes gestos? E também dos mais profanos e medonhos? Isso não é divinal? Percebem o tamanho do poder que temos sobre a vida? Tamanha energia jogada por aí? E vocês não acham que o Universo vai devolver? Lei da reação. Física. Somos deuses humanos.

E vocês, no que acreditam?

Abraço

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Contradições comportamentais

Hoje tive uma conversa muito curiosa. Ele é um homem de seus 55 anos mais ou menos, mas já um cara bem com ares de senhor, gordinho, careca, tipo com cara de vô já. Simpático até não poder mais.
Papo vai e papo vem, fomos de planos imediatos até a velhice. Bom, ele foi na verdade, eu estava mais de ouvinte porque não abro a minha vida para quem não conheço muito bem. Enfim, ele seguiu. Sem me dar conta e, confesso, já bastante sonolento pela noite mal dormida e pela viagem que fiz no dia, eis que me acordo com uma revelação. O senhor, casado, começa a me contar que entra em salas de bate-papo e o quanto acha interessante estudar o comportamento das mulheres e como elas respondem ao fato de ele se dizer casado e desinteressado em algo a mais que amizade. Devo dizer, que já ouvi esse papo de gente muito próxima de mim e... bom, anos de traição depois, veio o divórcio. Mas, isso é um outro post.



Ele, extremamente convicto de sua posição, garantiu que não tinha mesmo interesse algum além disso, conhecer pessoas e estudar comportamentos. Achei de uma ingenuidade tão grande que me preocupei. Coitado, uma jamanta pode passar por cima dele a qualquer momento e mudar tudo e ele se engana achando que não. Mas, o papo seguiu. Falei sobre blogs e o quanto se acha gente realmente interessante,gente que tem algo a dizer de verdade e por aí afora. Pensei que, apesar de ainda em estado de negação, de que não está procurando nada além de amizade escondido da mulher, era um cara bem evoluído para a idade (considerando a curva normal, ok? Existem várias exceções à regra e pessoas extremamentes superiores nesse sentido). Achei fantástico o modo como falava e explicava a beleza de conhecer alguém novo, no quanto aquilo nos fazia bem.
Porém, como nem tudo são rosas, quando comentei dos blogs e dei tudo de mim em pura poesia achando que teria de volta uma grande concordância em relação ao assunto, ele me larga algo do tipo: "é, mais ou menos.... também não vou ficar falando contigo, né?", isso no maior sentido não sou gay para ficar falando com homens. E, just like that, surge a sexualidade como ponto questionável (para ele) de qualquer assunto.
Adiante, desisti daquele papo e voltamos ao assunto pauta da reunião: trabalho. Enfim, tive que marcar uma outra reunião para a semana que vem e tinha que ser decidido que iria junto e, enquanto outra pessao selecionava quem iria comigo o anemal me fala de um funcionário: "ele não é vendedor, é vendedora" e larga uma risadinha debochada. Ah, se ele soubesse.





My point is como este ser humano, já em processo de desprendimento das amarras sexuais da sociedade, visto que seu objetivo é sim transgredir a conduta conjugal normatizada, quer acredite ou não, pode estar ainda tão travado com a homossexualidade das pessoas? Sempre vai voltar para isso? Cansativo, né?

sábado, 26 de janeiro de 2013

A Iniciação - parte I

Eu tinha 10 anos e, pela primeira vez na minha infância eu era plenamente feliz. Até meus 15 anos, mais ou menos, era todo timidez. Sempre fui todo pensamento também. Acho que é a melhor forma de viver que os muito tímidos encontram. Isso ajuda lá na frente. Como ia dizendo, eu tinha 10 anos, morava numa rua onde todos os meus amigos do colégio e familiares moravam, num raio de mais ou menos 300 metros. Isso no interior em um tempo que segurança não era um problema. Lá não, pelo menos.

Ficávamos até tarde na rua e era tudo felicidade. Entre tantos que éramos de amigos e amigas, uns mais novos e outros mais velhos, veio logo a necessidade dos mais velhos me iniciarem. "Tu tá atrasado!" Pro colégio? Não, não tinha ficado com nenhuma guria ainda. Ok, tranquilo. Eu era apaixonada por ela, a irmã de um amigo. Vamos chamá-la de Nicole. Mas, como tudo tem uma estrada, não foi ela meu primeiro beijo. Foi a irmã de outro, que veio a ser meu melhor amigo na infância, mas isso é outro texto.
Totalmente natural, nos prensaram contra a parede da casa pela rua e nos beijamos. hahaha. Quanta estranheza senti. Sou muito sentimental. Intimidade é importante para mim hoje e, vejo, sempre foi. Mas uns meses se passaram e a Nicole ficou afim de mim. Decidida que já era (e experiente para seus 11 anos) falou para seu irmão organizar a história.

Era dia de aniversário e também era 1º de abril. Um tempo depois vim a entender a ironia. Enfim, era aniversário e tudo e todos estavam organizados para o evento da noite: não o aniversário, mas sim o momento em que a Nicole e eu iríamos "ficar".
Lembro como se fosse hoje, saímos do apartamento da aniversariante e fomos para o corredor do edifício, que tinha um grande hall em todos os andares. Lá, como um ritual, todos se reuniram em nossa volta enquanto nos olhávamos e sorríamos, naqueles segundos que antecedem o beijo, sempre de frio na barriga até para um guri de 10 anos. Foi aí que nos beijamos, batemos os dentes da frente como o esperado. Todos aplaudiram, festejando a iniciação. Ela era mais alta que eu, mas eu já não me importava mais. Sempre fui o baixinho da turma e estava ali, com a guria mais experiente de todas as outras que a aplaudiam.

Apesar dos meus rasos 10 anos e dos 11 dela, nosso relacionamento continuou e viramos namorados em alguns dias. Vivia na casa dela, trocávamos beijos de língua muito quentes entre paredes e guarda-roupas, um verdadeiro pornô chanchado, juro! Era muy caliente. E eu me apaixonei por completo. Lembro do nosso beijo na chuva também, que causou sensação entre meu primo e meu amigo, irmão dela.

O tempo foi passando, cada vez que eu brigava com o irmão dela, terminávamos. Ela ia devolver minhas coisas qe estavam na casa dela. Foi o caso do meu "Roletrando" certa vez. Lembram do programa do Silvio Santos? Pois é.

Chegou o dia.... talvez fosse agosto, pois me marcou tanto que lembro que estava frio e usava um blusão e uma toca. Era um dia de sol e céu limpo e eu estava almoçando na cozinha com minha família quando tocaram a campainha. Fui atender, pois sempre era para mim. Como disse, foram meus golden years da infância... Abri. Era o meu primo e o irmão dela, embuídos de sadismo e de uma felicidade da minha desgraça que apenas hoje entendo que era recalque. Estavam lá para me contar da traição dela. A cadela tinha dado uns amassos com o primo mais velho e de outra cidade que estava lá. Foi uma facada no meu doce coração. Criança é o ser mais cruel que já conheci. Na esquina, estava outra menina, que se aproximou um pouco e, falando alto, confirmou o fato.

Mas, eu não deixaria barato.

(to be continued...)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Com falas novas e um olhar novo

Não é de hoje que gosto de escrever. Não é de hoje que começo um blog. Não é nem o 2º nem o 3º. Já perdi as contas quantos fui e tentei ser. Só sei que é hora de recomeçar e ser eu mesmo. A missão maior é me conhecer depois de tantos anos me esconder de mim mesmo, voltar com falas novas, já que estou com um olhar novo para mim.

Começou em 2013 um novo eu, que se aceita como é, mesmo sem ainda se conhecer por completo.Dessa vez, por motivos que abordarei mais adiante, vou pelo nome Chico. Por ser uma grata lembrança.

Tenho 27 anos, independente, trabalhador, pensador, simpático e confuso. Até o dia de hoje não consegui entender minha sexualidade e esse é o foco principal da minha vida nesse momento. Deverá ser assunto abordado mais vezes. Faço terapia. E muita. Saio com meus amigos e estou bastante atado a uma vida tão heterossexual quanto nossa linda sociedade hipócrita espera. Mas, cheguei ao meu limite e, assim, não vai dar mais. Me doei à minha família e meus amigos tudo o que podia. O que sobrou quero para mim a partir de agora.

Como disse, já tive blogs há alguns anos (lá em 2006, em especial) e na época conheci pessoas muito interessantes. Gostaria de repetir isso. Aliás, já conheci gente boa sendo só um leitor.

A todos os blogueiros, meus agradcimentos por me inspirarem a voltar a escrever.

Em frente.

Chico