segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

2014

Meus queridos,

Distante, mas nem tanto, um Feliz 2014 a todos.

Estou aqui ainda. Apenas vivendo coisas que não esperava. Ocupado como não imaginava. Surpreso como já me acostumei.

Façamos desse ano, mais do que fizemos em 2013.

Um grande abraço!

sábado, 28 de setembro de 2013

Declare-se

Boa noite, meus queridos

Diante de um dia-a-dia que me transforma cada vez mais, fico sem palavras para falar de muita coisa (boa) que vejo e vivo, semana a semana. Embasbacado, vivo. Porém, ao ler algo tão simples e verdadeiro, não posso evitar de compartilhar. Segue um texto que, espero, contribua para que todos possam refletir com mais detalhe sobre o que falam e pensam de si mesmos. Foi um ótimo setembro para mim. Espero que para vocês tenha sido, no mínimo, tão bom quanto.

Um grandessíssimo abraço,

E que venha outubro.

http://socialistamorena.cartacapital.com.br/nao-se-assuma-gay-declare-se-gay/



sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Medos e raivas

Após finalização do processo de criogenia que estava acontecendo no RS, volto. E, ao contrário do que o título da postagem indica (porque sou desses), estou aqui sem medos e sem raivas. Mas, esse é o tema.
Um tempo (e até bem pouco) atrás eu lia e lia e relia blogs sobre a temática homossexual, tentando entender e encontrar pessoas que passavam pelos mesmos dramas que eu. Um assunto, em particular, veio em várias pesquisas, vários blogs e etc e tal. Era sobre o fazer amizades ou se abrir com amigos que o aceitassem bem. E, claro, o quanto isso fazia bem para a gente e facilitava a auto-aceitação, que é o mais difícil. Pois bem, é por aí mesmo. O primeiro amigo que fiz no meu processo de aceitação própria também estava na mesma fase que eu. Foi de verdade muita sorte (ou não... aliás, acho que não mesmo) termos nos conhecido quando nos conhecemos. Acho que ambos foram fundamentais para a evolução pessoal um do outro.

Quando não podíamos falar nada com ninguém e ser naturais com ninguém, podíamos ser nós mesmos um com o outro. E, assim, começamos a conhecer as festas gays de Porto Alegre e um lado da gente e da vida que a gente se borrava de medo. Devo dizer que, acredito mesmo, tive um processo de autoconhecimento muito legal.

Mas, como nem tudo são flores... e, para quem passa pelo que eu e vocês passaram/passam/passamos... nesse período, tive momentos muito ruins. Daqueles que bate uma "bad", como falamos, foda. A culpa depois de ficar com um cara, a vergonha de ser quem se é. Coisas que ninguém deveria sentir. E ele me puxou de volta e fez ver o quanto a vida queria me fazer feliz. O que é algo que tenho plena certeza: a vida está aqui para sermos felizes.






Com o tempo, eu fui me aceitando. Hoje, certamente, ainda estou em processo. Na verdade, não sei se alguém se aceita plenamente algum dia na vida. E isso não se aplica apenas à sexualidade. Falo em geral mesmo. E, quando eu achei que estava tudo bem - e, às vezes, confesso, sinto um frio na barriga de medo por estar tão feliz e "cômodo" para este momento, medo de alguma qualquer coisa dar errado - ele, que apesar de se demonstrar mal resolvido em várias ocasiões, caiu numa baita "bad". Bem pior que as minhas. Aí que entramos na raiva. Enquanto eu conversava com ele pelo telefone, aproveitando uma saída a trabalho no meio da tarde, eu pensava: "Que merda de mundo, que merda de sociedade. Que merda. Que raiva. Ele não merece passar por isso e se sentir assim." Eu já tinha sentido aquilo várias vezes e tinha esquecido um pouco do que é aquela sensação de sentir vergonha de mim mesmo. De não me conformar.



Ele já dá sinais de recuperação. Ainda bem que não está durando muito. Mas, com tudo isso, eu fiquei mais forte. Peguei raiva. A raiva é um grande motivador. Aprendi isso na época do vestibular, meu pai sempre falava: "filho, fica calmo, quando tu pegar raiva tu vai passar". Foi mesmo. Rsrsrs. Moral da história? Fuck the police, sejam felizes. Sejamos todos. Conheçam gente. Confiem... porque o pior que pode acontecer é decepção e isso pode vir de quem tá do lado, tipo o melhor amigo, então... o que vier, é lucro. E dos bons.

Minha Heineken manda beijos. (o que me dá um desconto poético)

Eu também.

Bom fim de semana

PS.: já postei essa música, mas não nessa versão. it's fuckin' awesome.

domingo, 11 de agosto de 2013

#vidaloka

Alô alô, graças a Deus!

Após um período breve de recolhimento forçado, estamos de volta para a nossa programação (not at all) normal.

Há algum tempo quero escrever um texto melhor, mais adequado a este ambiente que me proporcionou tanta coisa boa. Nunca sei exatamente o que usar de tópico. Não sou escritor mesmo, apenas um metido. Me falta disciplina para transformar isso aqui no algo a mais que eu gostaria. Acima disso, falta tempo. O "muito trabalho" e minha vidaloka, digo, vida dupla, tem (têm?) me ocupado em demasia. Mas, não quero me fazer ausente aqui. E, apesar da falta de tópicos, alguma coisa sempre vem à mente. O momento que estou vivendo tem me permitido várias reflexões sobre a vida - que surpresa em relação aos outros posts.
Então, em breve pretendo dar um up nisso aqui e sair da mesmice que tem sido. Porque olha... tenho história pra contar.

Abraços,

Bom domingo.

domingo, 21 de julho de 2013

Ama-te

 Li isso e não poderia deixar de postar aqui.

"Ama-te, respeitando-te, e agindo de maneira que não te envergonhes de ti mesmo quando submetido ao crivo da consciência." Joanna de Angelis

Paz de espírito. Sentimento impagável.

Boa semana a todos! Que seja inspirada e inspiradora.


sábado, 13 de julho de 2013

Balanço

Por vários motivos, e alguns falarei a seguir, hoje estou extremamente tocado, digamos assim, e sentindo uma grande necessidade de escrever. Pensando um pouco mais, ocorreu-me que o blog completa seis meses em três dias. Juntando tudo, julgo mais que necessário, para mim pelo menos, fazer um balanço de tudo que aconteceu desde então.
Em primeiro lugar, o blog surgiu como uma forma de explorar a mim mesmo e minhas ideias de uma maneira mais ampla e menos hipócrita. Um lugar onde não existia meu eu construído, aquele que construí ao longo da vida e do qual todos que me rodeiam tem expectativas fruto do "óbvio". Era uma forma de conhecer pessoas que viviam a mesma situação de dúvida com sua sexualidade, problemas de autoaceitação ou simplesmente por viverem no armário. Outros similares e afins se aplicam. Seis meses atrás me permiti nascer de novo e começar o mais do zero possível. Escondido, mas consciente. Receoso, mas corajoso... e não, não é incoerente, pois a coragem é fazer e ir atrás quando se está borrado de medo.



Começou uma avalanche na minha vida pessoal, na qual me encontro até agora. Permiti explorar minha sexualidade como jamais sonhei. Bom... eu tinha imaginado bastante. Posso dizer que, este blog (inspirado por outro blog que acompanhava já havia oito meses, na época) me proporcionou muito mais do que abordar temas que me incomodavam e ganhar valiosas opiniões sobre cada um. Por aqui, vim a conhecer pessoas de grande mente e espírito. Pessoas cuja identificação (e isso acontece de várias formas) aconteceu tão rápido que, sem perceber, ganhei amigos com A maiúsculo. Longe de qualquer julgamento, de um jeito natural. Aqui, só vale a sinceridade. Por isto, meus caros, muito obrigado!


E como problemas são relativos na vida, toda sequência de fatos incorre em, necessariamente, novas perspectivas, novas direções e novos pontos de conflito. Hoje em dia, minha sexualidade segue a pauta. Estou aprendendo a cada dia me cobrar menos em relação à decisões. Tem coisas que são difíceis. Preto no branco é sem graça. Melhor colorido e em degradê. Rsrsrs. Tudo lindamente misturado. Sendo assim, tenho outros paradigmas agora. Tenho sofrido para juntar as duas partições que minha vida ficou. Uma vida "dupla" dá trabalho. Inventar desculpas para escapar de compromissos no lado A para deixar o lado B ser feliz pode ser muito estressante. Sair duas vezes no fim de semana para atender os dois lados, duas vontades diferentes. Velhos amigos, novos amigo. O que fazer quando a nossa própria felicidade e bem-estar tomou conta de um pedaço tão grande de nós que aniversários são esquecidos? E até entes queridos descem na lista de prioridades? Se descobrir... não, sempre me fui descoberto, acho que permitir é a palavra que melhor atende à minha situação de vida emocional específica... é como se fosse receber a nota de uma prova que se estudou muito, mas que se tinha medo de ser reprovado. É uma sensação de abertura no peito. Sinto, hoje, uma força tão grande em mim que tenho a sensação de que posso fazer qualquer coisa. É libertador.



Nesses seis meses, como já falei, vivi experiências e conheci pessoas virtualmente e pessoalmente (e, incrivelmente, os virtuais são tão presentes quanto) tão especiais que não encontro palavras para descrever. Mas, posso dizer com segurança, as quero por perto por muito tempo. Talvez pelo fato de que minha família é um pouco complicada, meus amigos sempre tomaram um lugar muito grande no meu coração e uma importância maior ainda na minha vida. Os considero mesmo família. São a melhor que tenho. Não sou o tipo O POPULAR, capitão do time de futebol, nem nada, mas venci minhas dificuldades de fazer amizade da adolescência e fiz alguns também não tão poucos amigos. E esse número cresceu no período de nosso balanço. Hoje, sofro porque quero unir meus dois lados. Esconder da família não me machuca 1/5 do que esconder deles. E quero dar a devida importância aos novos, pois em pouco tempo eles se tornaram fundamentais para mim. Ontem, por exemplo, conheci mais uma amiga através de um amigo. Fotos e status em facebook me mencionando. Tudo represado na Análise da linha do Tempo. Não é por isso, exatamente, pois a exposição não é o ponto, mas consigo fazer uma ponte simbólica com a palavra "represado". Já represei demais, não tem comporta que resista.



Agradeço pelos últimos seis meses a todos que aqui estiveram, mais ainda aos que mandaram email, mais ainda aos que comentaram e mais ainda aos que viraram amigos. Recomendo aos que apenas lêem que comentem, que mandem email, que, POR FAVOR, falem, conversem. Ninguém está sozinho nessa. não precisa ser comigo. Com outros. Se a criatura se propôs a isso, ela espera isso.

Abraço

domingo, 7 de julho de 2013

This Modern Love

Continuando a onda de contar um pouco mais da minha evolução pessoal, chegamos ao capítulo de hoje. Ele é um resumo das últimas semanas, nas quais tenho focado muito em unir os dois lados da minha vida. O que todos conhecem e o que eu tive que criar para experimentar de forma "anônima" a minha sexualidade. O anônimo era um guri medroso que foi crescendo e, de vez em quando, pode ser bem turrão e dono de si. Ele cresceu demais para ficar tão amassado dentro do armário. Começou a precisar abrir um pouco a porta do armário.


Há muito que me incomodo em mentir para meus amigos, como já falei. Estava pesado demais. Nesse ano, uma amigona de muito tempo se tornou mais próxima ainda, por "n" motivos. Então, foi a escolhida. Na verdade, escolhida não é a palavra. É mais uma questão de merecimento. De não ser justo da minha parte não confiar nela e, diga lá, mentir. Uma vez tomada a decisão de contar, foi uma questão de tempo. De esperar a oportunidade. E ela se deu nessa semana que passou. Por coincidência, ela me ligou convidando para comermos alguma coisa à noite (moramos no mesmo quarteirão). Pedimos aquela pizza e, depois, perguntei se ela estava disposta a fortes emoções naquela hora. "Sempre."


Não vou me alongar. Basta dizer que foi surpreendentemente mais fácil do que o melhor cenário que imaginei. A reação dela não poderia ter sido mais bacana. Foi simplesmente, absolutamente, natural. Agora é uma questão de me acostumar a contar as coisas para ela. E passar pelo momento um pouco mais difícil de levar ela para uma festa gay. Porque sim, não tenho escolha. hahaha

É muito bom se sentir aceito. O mais engraçado dessa sensação é o fato de que nada mudou.

E você, para quem contaria?


Boa semana!