Sou muito freudiano, então, é difícil que eu não procure um motivo escondido em toda e qualquer ação e fala das pessoas. Deve ser uma característica de pessoas controladoras como eu. Sendo assim, penso que os que assumem responsabilidades e posições que não lhes cabe, possuem razões. Após alguns anos de reflexão, chego à conclusão que isso é, talvez em sua maior parte, um mecanismo de defesa. Esses "acolhedores" não abrem tanto espaço para papai e mamãe por puro amor e altruísmo. Somos, essencialmente, egoístas. Pois, somos todos animais (racionais, sim! mas animais). Mecanismo de defesa porque é uma forma eficaz de evitar que se veja o que temos que mudar em nós mesmos. É um isolamento natural, fácil, mas nada prático. É frustrante e falso.
Uma dose de egoísmo é saudável. Mais que isso, é imprescindível a uma vida plenamente feliz. Mudar o curso de relações consolidadas, especialmente entre pais e filhos, é muito difícil. Apesar disso, quando a decisão é tomada conscientemente, torna-se mais fácil mudar a rota. Ainda não achei uma receita suave. Adotei a postura do "pisa fundo e vai". Quando faz sentido, a gente tem que confiar. Já disse várias vezes que acredito em mim (muito) acima de qualquer coisa. Logo, comecei a confiar nos meus intintos.
Ontem fui pego de surpresa por uma visita, tarde da noite. A pessoa não tinha um plano na cabeça, nem um pingo de responsabilidade consigo ou com outros que poderiam ser afetados por aquela decisão adolescente. Tive a calma de ouvir o desenrolar da novena antes de opinar. Asneira não é comigo. Fui o responsável, sensato e acolhedor. Só que dessa vez fui por pouco tempo. Atropelei meio que de jamanta. Convenci no final, quando achei que nem tinha mais jeito. Hoje, diante de um certo descaso, faltou uma resposta. De mim para eu mesmo. Valeu o esforço? Porque teve esforço sim. Terá valido quando for a hora?
A gente cria, mas eles são do mundo.