segunda-feira, 4 de março de 2013

Simbolismos, pessoas e consciência

Dois meses sem ir para o interior, desde o reveillon. Dois meses, porém, em que a vida mudou bastante. Por fora, nada. Por dentro, tudo.

Acompanhado do melhor amigo, uma cerveja e uma volta pelos lugares de sempre, que marcaram o começo daquela amizade e momentos muito importantes da nossa vida. Em uma época em que as adversidades pareciam enormes e o futuro a solução. Mal se sabia que as coisas não são tão assim. O Chico, estava reticente. Algo em seu íntimo avisava que a noite não seria boa. Alguma coisa não se encaixava. Não eram as Conversas Vazias já citadas aqui, era diferente, um pesar. É um distanciamento tão grande, é ver quem se gosta parado, imóvel quase, fazendo as mesmas coisas sem se questionar. Sem gostar, talvez. Mas, quem sou eu pra julgar? Que lição posso dar?


Melhor amigo? Acho que não mais. Acho que o melhor está aqui hoje em dia, em POA. Acho, não. Tenho certeza. Que vontade e que medo de me abrir com ele.

Família? Fora minha mãe e meu irmão, evito. De maneira geral, dementadores, sanguessugas. Uns por mal mesmo, outros por estarem em um estágio bem atrasado na evolução ou humanidade, de acordo com as crenças de cada um.



O irmão, sempre bastante fechado, lembra um pouco a mim mesmo na idade dele. Máscara de forte, nunca chora, sempre sorrindo e com uma piada rápida. Tenho uma teoria de que quem está sempre sorrindo, guarda os maiores segredos e os maiores dramas pessoais. Qual será o dele? Eu não consigo me aproximar mais por falta de coragem de falar de mim.

A mãe, não consegue sair da vida que criou para si, que, diga-se de passagem, sequer parece feliz. O choro vem naturalmente quando encontra seu porto seguro, o primogênito. Sempre o forte, nunca o frágil. Quando ele chora, todos se assustam.


A vontade de voltar diminui a cada vez. É normal? Era para ser assim? Tem uma ponte marcante na entrada da cidade. Quando chego, ela me passa um conforto. Quando saio, ela me passa liberdade. São simbolismos difíceis de explicar. Somos pessoas distintas em diferentes meios. Mas, é isso mesmo? No ônibus, voltando, pesando todas as mudanças que a minha vida passa nos últimos tempos, sorri involuntariamente. Como sou feliz, apesar de toda a confusão, de toda a dificuldade. Eu estou consciente.



2 comentários:

  1. Eu entendo... deve ser uma baita sobrecarga mesmo, até porque é uma profusão muito grande de sentimentos...

    Mas até para ajudá-los, penso que é necessário que você esteja bem... então tenha um pouco de paciência e vá fazendo o que pode, como diz São Francisco: "Faça o que é necessário, depois o que é possível e logo estará fazendo o impossível"...

    Fico na torcida... Abração!

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  2. Olha, eu acho bem normal vc não querer voltar
    pq sua casa/cidade significa tanta repressão, tanto impedimento, enquanto Porto Alegre é o contrário disso, são novas possibilidades se abrindo, acho super normal, PORÉM acho também que vc precisa sim melhorar esse relacionamento com seu irmão, se abrir um pouco, que tal chama-lo pra passar uma semana com vc em Porto Alegre?

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