segunda-feira, 24 de junho de 2013

Manifestações

Em meio a essa manifestação nacional e internacional, uma muvuca tão linda e inspiradora como todas as que geram os pensamentos mais inovadores e mais difíceis de se encarar, as quebras de paradigmas, me encontro em uma manifestação pessoal muito forte também. Já falo sobre isso. Antes, não posso deixar de comentar o nosso Brasil.


Sinto um orgulho muito grande desse novo movimento. Vejo a importância que ele está tendo de várias formas. Uma delas foi me tirar da inércia e indiferença que sinto há anos, votando nulo eleição após eleição por simplesmente não acreditar em nada e ninguém. Individualista e mau cidadão? Talvez. Provavelmente, até. Mas, ora. Foi o que aprendi vendo defecarem no país ano após ano. Vendo preconceituosos ganharem palco como se fizessem os melhores stand up comedies. Well, este tempo passou. O #AcordaBrasil serviu para me acordar também. Sinto que posso fazer a diferença de novo e tenho vontade de me politizar novamente como já fiz um dia. Porto Alegre tem dois protestos essa semana. Espero estar presente nos dois. Vamos mudar o país.



O Infelizciano tem uma atenção minha a mais, devo dizer. E, não se enganem. Ele nem homofóbico é. É tão cretino que usa essa plataforma apenas para conseguir platéia (que acho que não tem mais acento) para seus planos futuros. Ou seja, o desgraçado consegue ser tão maquiavélico que é pior do que se fosse só homofóbico. Ele espalha o preconceito para subir de posto. Os homossexuais são só um degrau para ele. Mas, a César o que é de César. Eles passarão, nós passarinho, parafraseando Mário Quintana.

 
Já nas minhas manifestações pessoais, chego num limiar bem interessante. O aprofundamento da minha vida homossexual me obriga a pensar muitas coisas diferentes. Fui aconselhado a contar mais minha história aqui para que possa ajudar algumas pessoas. Criei meus pudores com o blog, preciso confessar. Talvez por ter me aproximado bastante de algumas pessoas que conheci por essas bandas. Talvez nada a ver. Mas, pensando bem, acho que é, no mínimo, uma dívida que tenho com essa parte do mundo aqui. Afinal, se não fosse acompanhar um blog por um período de aceitação bem difícil, não sei se estaria no ponto onde estou hoje. Se teria evoluído como evoluí nos últimos 6 meses. Muita coisa acontece e não vem pra cá. Vou tentar mudar isso um pouco. Não esperem o diário de um adolescente. Mas, quem sabe?


Nos últimos tempos, conheci vários caras. Uns se tornaram amigos, outros foram só casinhos, one night stand e coisas do tipo. Uns nem vi em carne e osso até hoje. Apenas pelo saudoso msn e odioso skype. Outros passaram de fase e foram para o facebook. Outros são amigos aqui em POA mesmo e são parceiros de festa gay. Parece incrível de início, mas quando penso com mais calma vejo que faz todo o sentido, mas esses novos amigos se tornaram parte importantíssima da minha vida. Uma conversa com eles vale mais que dez com meus amigos "oficiais". Porque com eles me sinto quem eu realmente sou. Não preciso cuidar respostas em assuntos que prefiro não falar.


Enquanto isso, meus amigos "oficiais" e eu acabamos ficando mais afastados do que eu gostaria. Meu lado B ganhou mais espaço em minha vida que o A. Disparado. E já tá na hora de começar a colar esse monte de peças. Porque vida dupla é para quem faz coisa errada. E eu, definitivamente, não estou fazendo nada errado. Tenho mentido muito para pessoas muito importantes para mim para viver o que, de fato, é a minha vida hoje em dia. Isso não mais me faz bem. A adrenalina é excitante no início, até cansar. Estou errado em duvidar da reação de pessoas que me dão motivos para confiar todos os dias. Vou contar para a primeira pessoa do mundo "real" (que uma vez foi). Hoje um desses amigos me lembrou de uma frase que eu sempre disse muito. Em algum ponto, eu tinha esquecido dela. A vida é uma só. Não a deixemos para trás.

Abraços

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Curioso

Curioso em saber das pessoas que lêem sempre e não comentam. Lugares distantes. Brasileiros fora? Or not? Apresentem-se. rsrsrs

Abraços


sábado, 8 de junho de 2013

Damaged Goods

A criança é pura. Nada melhor para limpar a alma da gente do que escutar aquela gargalhada incrível de um bebê. Absolutamente natural, absolutamente pura. Sem maldade. Bom, em algum momento dá merda.


Me lembro de enxergar a maldade nas pessoas desde os meus seis anos. Claro que eu sempre estive rodeado por gente maldosa pra caralho. E sim, estou me referindo aos dois lados da minha família. Que me cercou até meus 17 anos, certamente. Só aí eu consegui cortar (um pouco) laços. Laços que já nem tinha mais, apenas por culpa. Ao natural, me desvencilhei e fui cuidar da minha vida. O afastamento acontece por osmose (só que ao contrário) quando não temos ligação nenhuma, a não ser a falsa obrigatoriedade que o sangue nos impõe. Bobagem. Minha família é bastante resumida hoje em dia. E é maior com aqueles que não tem o mesmo sangue que eu, provavelmente. Família se define por quem nos acolhe e ama sem obrigação. Talvez todos tenham nascido puros e o meio os deturpou. Talvez nada disso e algumas maças tenham nascido podres mesmo.

O último mês provou o quanto conquistamos pessoas. Geralmente, e desta vez não é exceção, percebi que ganhei quando, de certa forma, perdi. Clichê afu, mas é assim com todo mundo, nao adianta negar. A sensação de perda tem um poder enorme de epifania. A parte de perda veio de alguns damaged goods, mas a parte do ganho veio ao natural.

Dito isto, acho que é bem fácil entender meus receios na integridade e postura empática dos outros. Mas, me esforço para me abrir e me entregar mais. Ao ponto de desconstruir ideais. Enrolei até aqui para chegar no ponto principal. Sem me dar conta, tenho conseguido desconstruir os parâmetros que construí para mim mesmo. Ora pois, já diria qualquer português, todos criamos os nossos. Fato é que criei os meus bem longe da realidade. Considerado pelos mais próximos um juiz quase, tenho me posto em conflitos internos por relativizar a ética. Sempre cuidadoso com o sentimento dos outros, tenho sido um tanto egoísta e filho da puta, até. Mesmo a favor da transparência, aprendi a ser falso com quem merece... ou que não merece mais que isso.

Baboseiras à parte, em breve, prometo, posts mais concretos.

Abraços