sábado, 8 de junho de 2013

Damaged Goods

A criança é pura. Nada melhor para limpar a alma da gente do que escutar aquela gargalhada incrível de um bebê. Absolutamente natural, absolutamente pura. Sem maldade. Bom, em algum momento dá merda.


Me lembro de enxergar a maldade nas pessoas desde os meus seis anos. Claro que eu sempre estive rodeado por gente maldosa pra caralho. E sim, estou me referindo aos dois lados da minha família. Que me cercou até meus 17 anos, certamente. Só aí eu consegui cortar (um pouco) laços. Laços que já nem tinha mais, apenas por culpa. Ao natural, me desvencilhei e fui cuidar da minha vida. O afastamento acontece por osmose (só que ao contrário) quando não temos ligação nenhuma, a não ser a falsa obrigatoriedade que o sangue nos impõe. Bobagem. Minha família é bastante resumida hoje em dia. E é maior com aqueles que não tem o mesmo sangue que eu, provavelmente. Família se define por quem nos acolhe e ama sem obrigação. Talvez todos tenham nascido puros e o meio os deturpou. Talvez nada disso e algumas maças tenham nascido podres mesmo.

O último mês provou o quanto conquistamos pessoas. Geralmente, e desta vez não é exceção, percebi que ganhei quando, de certa forma, perdi. Clichê afu, mas é assim com todo mundo, nao adianta negar. A sensação de perda tem um poder enorme de epifania. A parte de perda veio de alguns damaged goods, mas a parte do ganho veio ao natural.

Dito isto, acho que é bem fácil entender meus receios na integridade e postura empática dos outros. Mas, me esforço para me abrir e me entregar mais. Ao ponto de desconstruir ideais. Enrolei até aqui para chegar no ponto principal. Sem me dar conta, tenho conseguido desconstruir os parâmetros que construí para mim mesmo. Ora pois, já diria qualquer português, todos criamos os nossos. Fato é que criei os meus bem longe da realidade. Considerado pelos mais próximos um juiz quase, tenho me posto em conflitos internos por relativizar a ética. Sempre cuidadoso com o sentimento dos outros, tenho sido um tanto egoísta e filho da puta, até. Mesmo a favor da transparência, aprendi a ser falso com quem merece... ou que não merece mais que isso.

Baboseiras à parte, em breve, prometo, posts mais concretos.

Abraços

6 comentários:

  1. crianças são puras? sem maldade? vc nunca trabalhou/cuidou de crianças para ver o quão má elas são né? crianças são extremamente más, é a educação e a socialização que faz com que contenhamos o instinto assassino de todas elas e possamos viver em sociedade, pq se dependesse dela, do egoísmo infantil, viveríamos em eterna guerra.

    essa frase é foda: " Família se define por quem nos acolhe e ama sem obrigação."

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    1. Tava falando de bebês. Tipo o da propaganda do Itaú!

      Abração!!

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  2. Família se define por quem nos acolhe e ama sem obrigação - isso diz tudo! ^^

    E todos somos assim, como descreves no texto. não se trata de sermos egoístas ou pessoas más. Trata-se tão só de nos protegermos de quem nos quer mal, observando em nosso redor.

    Abraço ^^

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  3. Não acho assim tão clichê quando se fala que se ganha quando se perde algo, pois nem sempre é um sentimento real. Se realmente for real, aí não faz diferença ser clichê ou não! Nossa... que volta que eu dei pra chegar a lugar nenhum!

    Mas eu acho que o que eu quero dizer é que eu sei o que é isso. E sim, dependendo do que ou quem, é muito bom perder! Até porquê, lá na frente, ganhamos (de) nós mesmos.

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    1. Tu tá dando voltas que nem eu! Deve ser contagioso!!
      Abraçãoo!

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