sexta-feira, 15 de março de 2013

"Viagens" à parte...


Aproveitei uma viagem de trabalho essa semana para ver parte da família. Pequena, mas da qual tenho um primo e duas primas que gosto muito mesmo. Não sabia bem o que iria encontrar, pois já fazia algum tempo que não os via. Meu primo, que foi meu melhor amigo por muito tempo, apesar da distância, agora é papai. Não conhecia a filha dele ainda, então fomos quase que direto lá conhecê-la. Um amor, mas minha surpresa é que já não sou tão fã de crianças. Sempre me amaram e sempre babei na volta. Já faz um tempo que percebo que isso mudou um pouco. Estranho. Talvez seja meu novo prognóstico agindo. Não sei.


Duas relações me chamaram muito a atenção nessas intensas 24 horas.

A primeira: a minha e do meu primo. Antigos confidentes, trocávamos depoimentos e éramos suporte um do outro na descoberta de nossa sexualidade (ok, eu nunca contei a minha inteira), a história adolescente da primeira vez, a descoberta da capacidade de proporcionar o orgasmo feminino, o esforço para atender às demandas de orgasmos múltiplos logo em seguida. Éramos íntimos. Virávamos noites conversando. Preciso confessar que, conceitos incestuosos à parte, sempre tive uma atração por ele. I would, really. E, por um bom tempo, alimentei uma ideia de que ele toparia alguma coisa se eu propusesse. Na verdade, acho até hoje que, na época, ele would também. Hoje em dia, bom, a vida mudou, em especial a dele. Entre nós, um afastamento natural se instalou devido à distância e realidades bastante diferentes... em vários sentidos. Embora nosso carinho um pelo outro permaneça (estamos sempre trocando abraços e sorrisos), inúmeras vezes veio aquele silêncio meio constrangedor, sem jeito para falar sobre sabe lá o que se queira. Não consegui chegar a uma conclusão.



A segunda: minha prima e o namorado. Vejam bem, já exprimi meu total e absoluto desinteresse por religiões. Se falar na católica, então... bom, deixa assim. Mas, por lá, rola um catolicismo forte. A vida inteira ela nunca apareceu com guri nenhum na família. Até que chegou esse. Numa caminhada, só com ela, ouvi os seus planos futuros de casar em três anos, se mudar para o interior, ter filhos, e todo o pacote da felicidade padronizada (nada contra, ok?). Até aí, beleza, mas me sinto obrigado a contar que quando o namorado dela me adicionou no facebook trocamos recados no maior estilo cunhados onde eu, fazendo o papel da piada sem graça, afirmava estar nas pegadas dele e ele me respondeu que não preocupasse, pois seguia Jesus. Com a diferença que eu acho que Jesus comia a Maria Madalena de tudo quanto é jeito e isso, para eles, pareceria pecado. O que me leva aos próximos pontos: acho que eles não fazem sexo. Ou fazem muito pouco e se confessam depois. Notei uma certa falta de intimidade de um com outro. Mas, não pára por aí porque eu apostaria que ele é gay. Talvez eu esteja desenvolvendo meu gaydar, não sei (aliás, aceito dicas de desenvolvimento. Grato.), mas desde que vi ele em fotos e etc me deu essa impressão. Ela é linda. Por um tempo (tempos atrás) me sentia bem atraído por ela. Parece que tô querendo pegar a família inteira, mas não é por aí. Acho que temos (eu e eles dois) um amor um pelo outro diferente do "regulamentado", não sei explicar.


Enfim, acho que este tipo de casal é bem comum. Não é o primeiro e nem o segundo que conheço. Merece um post único.

Na verdade, esse aqui vai acabar sem conclusão porque não tenho nenhuma mesmo. Talvez não seja para se chegar a uma sempre. Talvez seja uma questão de ir.



8 comentários:

  1. então, técnicas para desenvolver o gaydar:
    observe homens gays, de todo tipo, dos mais variados formatos e cores (hehe), quanto mais contato vc tiver com homens gays mais vc afina seu gaydar.
    a outra técnica é ter um amigo hiper-gato-gostoso, ai vc manda seu amigo passar perto do garoto, se ele olhar é viado. =)

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  2. Não sei, eu penso que as vezes é como uma camisa de força que a vida coloca nas pessoas, ou as pessoas, deixam se colocar... provavelmente, você e seu primo, poderiam partilhar de toda a intimidade que sempre tiveram, mas... alguém teria que vencer essa coisa do "agora somos outros".

    Ele virou pai, tem uma postura esperada... as vezes observo isso em amigos meus, que são até mais novos, mas que se tornam "chefes de familia" e parecem se tornar mais velhos da noite para o dia. Muito estranho isso, mas se por um lado as vezes surge essa parede de vidro, por outro esse tempo trás a maturidade para perceber e observar as coisas. Importante é que pelo jeito, a amizade continua a mesma...

    Quanto a sua prima...como eu brinco, tem coisas que são igual a uma vaca na árvore, a gente não sabe como aconteceu, mas tem certeza que vai cair. Complicado isso, conheço pessoas que são nesse estilo, mas estão ai... são as escolhas que a vida nos oferece... fico na torcida para que aconteça o melhor para ela...

    Abração!

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  3. A vaca na árvores é ótima. Vou levar essa pra vida!

    Abração!!

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  4. Eu gosto dessa do relacionamento com o primo, em pequeno e princípios da adolescência também tive aí umas experiências com um primo meu, que hoje também já tem uma namorada séria, para casar um dia destes.

    Abraço :3

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  5. Porque eu sou só fui ver este post agora?

    Não sei se ri mais de você querendo pegar sua família inteira ou de Jesus comer Maria!

    Você é poooodre! No bom sentido!

    Excelente semana para você!

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    1. Pobre Jesus! Tomara que tenha dado umazinha antes de ir pra cruz!

      Até rimou!

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