terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Contradições comportamentais

Hoje tive uma conversa muito curiosa. Ele é um homem de seus 55 anos mais ou menos, mas já um cara bem com ares de senhor, gordinho, careca, tipo com cara de vô já. Simpático até não poder mais.
Papo vai e papo vem, fomos de planos imediatos até a velhice. Bom, ele foi na verdade, eu estava mais de ouvinte porque não abro a minha vida para quem não conheço muito bem. Enfim, ele seguiu. Sem me dar conta e, confesso, já bastante sonolento pela noite mal dormida e pela viagem que fiz no dia, eis que me acordo com uma revelação. O senhor, casado, começa a me contar que entra em salas de bate-papo e o quanto acha interessante estudar o comportamento das mulheres e como elas respondem ao fato de ele se dizer casado e desinteressado em algo a mais que amizade. Devo dizer, que já ouvi esse papo de gente muito próxima de mim e... bom, anos de traição depois, veio o divórcio. Mas, isso é um outro post.



Ele, extremamente convicto de sua posição, garantiu que não tinha mesmo interesse algum além disso, conhecer pessoas e estudar comportamentos. Achei de uma ingenuidade tão grande que me preocupei. Coitado, uma jamanta pode passar por cima dele a qualquer momento e mudar tudo e ele se engana achando que não. Mas, o papo seguiu. Falei sobre blogs e o quanto se acha gente realmente interessante,gente que tem algo a dizer de verdade e por aí afora. Pensei que, apesar de ainda em estado de negação, de que não está procurando nada além de amizade escondido da mulher, era um cara bem evoluído para a idade (considerando a curva normal, ok? Existem várias exceções à regra e pessoas extremamentes superiores nesse sentido). Achei fantástico o modo como falava e explicava a beleza de conhecer alguém novo, no quanto aquilo nos fazia bem.
Porém, como nem tudo são rosas, quando comentei dos blogs e dei tudo de mim em pura poesia achando que teria de volta uma grande concordância em relação ao assunto, ele me larga algo do tipo: "é, mais ou menos.... também não vou ficar falando contigo, né?", isso no maior sentido não sou gay para ficar falando com homens. E, just like that, surge a sexualidade como ponto questionável (para ele) de qualquer assunto.
Adiante, desisti daquele papo e voltamos ao assunto pauta da reunião: trabalho. Enfim, tive que marcar uma outra reunião para a semana que vem e tinha que ser decidido que iria junto e, enquanto outra pessao selecionava quem iria comigo o anemal me fala de um funcionário: "ele não é vendedor, é vendedora" e larga uma risadinha debochada. Ah, se ele soubesse.





My point is como este ser humano, já em processo de desprendimento das amarras sexuais da sociedade, visto que seu objetivo é sim transgredir a conduta conjugal normatizada, quer acredite ou não, pode estar ainda tão travado com a homossexualidade das pessoas? Sempre vai voltar para isso? Cansativo, né?

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